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sábado, 23 de junho de 2012

O valor do que é eterno.




Estranho. É uma pergunta sem resposta. Porque optamos muitas vezes por algo que realmente queremos, fazemos e não nos completamos. E outras que temos resistência em fazer, fazemos, e sim, traz uma realização muito grande.

Venci minha resistência e fui. Olhei as horas, programei. Mas é fato que havia feito outro planejamento antes. Estaria em outro local. Mas acho que isso também foi providência. As coisas sutilmente irem acontecendo.

O horário chegou. Me aproximei e logo ao sair do carro comecei a relembrar o quanto Deus realizou em minha história e minha família. A torre com os sinos infelizmente não andaram além do projeto. Ao me dirigir ao toilet pensei se ainda estivesse lá ou mesmo se estivesse aberto como ficara no passado. No caminho, ao passar pelas portas abertas, observei que Ele estava lá. As orações seguiam o ritmo tradicional. Depois de passar rapidamente pelo banheiro que encharcado estava por um vazamento em uma válvula de registro, era hora de, finalmente, dar o passo para o reencontro. É fato que Ele sempre deve ter a predominância absoluta dos meus olhares mesmo estando sempre comigo. Mas na sala a direita e ao fundo, lá estava a imagem do testemunho. Como há 8 anos. No mesmo lugar. Fazendo a mesma coisa. A mesma persistência. A mesma crença. O mesmo amor que o fez estar ali pela primeira vez. E foi logo a primeira embargada na garganta. O primeiro toque do Meu Pai que me falava que aquilo ali, sim, era eterno. Aquilo era profundo. Voltei ao passado. Afundei em meus pensamentos. Como preciso restaurar tanta coisa que era boa. Ao redor comecei a reconhecer alguns rostos. Alguns que mostraram cada dia que passou. Outros que mostraram que ficaram mais jovens, ao menos espiritualmente. Tudo seguiu o mesmo ritual histórico. Até o momento em que, antes da celebração, fui encontrá-lo no primeiro ambiente. Pensei que não me reconheceria, mas logo exclamou lá do fundo: "-Olha quem apareceu por aqui!". Me aproximei e fui disparando pela boca tudo o que havia em meu coração. Desdobramentos e mais desdobramentos que brotavam da palavra "saudade". Sorrimos, eu puxei o abraço. Comecei os elogios mas, santamente ele saiu pela tangente e disparou outras palavras buscando simplesmeste uma conversa simples. Aliás, simplicidade que o capacita a gargalhar por coisas simples é uma de suas características. Humilde. Santo. Capaz de olhar somente para o que é essencial da vida: o que é eterno. Após ter respondido "Temos muita saudade, Deus é quem sabe" à pergunta se haveria oportunidade de morarmos novamente pelas redondezas, nos dirigimos a celebração. Quase tudo foi tocante. Porque mudaram? Não! Porque estão iguais! Com o mesmo amor e dedicação de sempre! Profundo e simples! Basta se atentar! O que é falado é eterno. A efemeridade passa longe dali. Depois, terminou. Pude falar com os rostos familiares. Alguns ouviam e falavam ao mesmo tempo. Normal. O tempo voltou a ser o mesmo. Corrido. Lembranças de tudo o que ainda há por fazer. Voltamos a nos falar. Eu a me compromisar a aparecer novamente. Estava indo. Deixando novamente o que foi deixado de fato um dia  junto com minha família. Mas posso voltar e devo voltar. Então pude perceber que a noite reservou a surpresa que eu não queria ter. Mas tive. E ficou na história. Ao menos na minha. Sem explicação. Não precisa de explicação. Como é bom saber que há vida, e há muita vida, naquilo que se propõe a ser o mesmo. A tradição. O amor a ser preservado. Cultivado. Disciplinado. Isso é amor. Isso é eterno!


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